Sumário
Na cobertura da LATAM Retail em 2016, tivemos a oportunidade de conversar com o CEO da Natura, Roberto Oliveira Lima, sobre o formato de vendas dos produtos da rede e sobre a experiência de compra do shopper. Um ano depois, buscamos outros dois grandes nomes para entender as necessidades atuais do mercado e quais são as ações priorizadas no planejamento. Como as empresas têm trabalhado a inovação no segmento de higiene, perfumaria e cosméticos?
De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), os produtos dessa categoria têm um grau de relevância alto para o consumidor: 95% dos entrevistados entendem os produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC) como “essenciais e indispensáveis para os cuidados básicos com a saúde, bem-estar e qualidade de vida”.
O Brasil possui 2650 empresas do segmento, sendo 1614 situadas na região sudeste. O país é o segundo no mundo em produtos depilatórios, desodorantes, perfumes, produtos masculinos e proteção solar. É o 3º em produtos infantis, o 4º em higiene oral, produtos para banho e produtos para cabelos, o 5º em maquiagem e o 8º em produtos para pele.
Em questão de consumo, o Brasil aparece em 4º lugar entre os top 10 consumidores mundiais de HPC, com uma fatia de 6,6% do mercado e faturamento anual de US$ 29,3 bilhões, também segundo a pesquisa.
Na América Latina, o posicionamento é ainda mais favorável. O consumo do Brasil corresponde a cerca de 82% entre todos os países do Mercosul. Se somarmos esse índice ao da Argentina, a representatividade passa para 96,4%.
O crescimento composto do setor nos últimos dez anos foi de 10,5% e, em 2016, correspondeu a 4,8%. Informações que merecem ser destacadas: é o segundo setor industrial que mais investe em inovação e o primeiro que mais investe em publicidade.
INOVAÇÃO PARA HIGIENE, PERFUMARIA E COSMÉTICOS COM A AVON
Durante o 8º Fórum de Marketing Empresarial, organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), a equipe do portal New Trade, em parceria com o Involves Club, conversou com a vice-presidente de Marketing da Avon, Marise Barroso.
Ela comentou sobre como a marca buscou o equilíbrio entre o que o mercado exigia e o propósito da marca, que considera a independência da mulher como um dos objetivos principais.
* Vídeo gravado com a colaboração do portal New Trade.
A reformulação no sistema de pedidos dependeu de uma ampliação da plataforma, o que marcou o início do e-commerce no modelo de vendas. Diferente do caso da Natura, que partiu para o varejo físico, Marise explicou que a Avon não tem essa meta. A marca aposta no crescimento através das vendedores.
* Vídeo gravado com a colaboração do portal New Trade.
Foi a maneira que a Avon encontrou para estar presente em todo o Brasil, modernizando e dinamizando o atendimento, mas mantendo a proximidade com o cliente. A empresa se dedica a praticar uma estratégia 360º em busca da inovação no segmento de higiene, perfumaria e cosméticos.
FOCO NA EXPERIÊNCIA DO CONSUMIDOR
Artur Grynbaum, CEO do grupo O Boticário, falou sobre a estratégia do grupo durante o LATAM Retail Show 2017. A empresa possui, atualmente, 4 mil lojas e trabalha com 1200 lançamentos de produtos por ano. São cinco unidades de marcas que atendem públicos diferentes, e o foco atual do grupo é a equação de canais de vendas. Nossa equipe conversou com o Artur para entender melhor o que levou a empresa a seguir essa diretriz.
Um bom exemplo da pluralidade buscada pelo O Boticário é a loja The Beauty Box, que permitiu à rede a competição com diversos tipos de marcas. As lojas não comercializam apenas produtos do grupo e ampliou o alcance do grupo com acordos para loja virtual com outras empresas (como Time Center e Multilaser), além de ter se tornado marketplace na loja virtual da C&A.
O principal desafio diante do cenário amplo de exposição dos produtos é manter a unidade das campanhas. Artur citou o exemplo dos catálogos, que precisam ser planejados até seis meses antes da distribuição, além da disposição das vitrines, que precisam estar de acordo com tudo isso.
TENDÊNCIAS E EXPECTATIVAS DA MARCA
O grupo pretende incluir mais um foco nos produtos, passando a olhar para hábitos de vida voltados à longevidade. Para Artur, é preciso atrelar informação e hábitos de vida ao que O Boticário pode oferecer.
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A aposta da empresa é falar, entender, interagir, entregar e atender o consumidor. São 28 milhões de nomes reunidos em um clube digital à espera do que a empresa pode oferecer.
Essa é a estratégia de trade marketing que vale para qualquer empresa. Independente do porte da marca ou do número de lojas, o importante é entender que diferentes canais e formatos precisam sempre priorizar a experiência de compra do consumidor.