
Sumário
- 1. Não é o plano que gera venda e sim a execução
- 2. Loja perfeita é como uma banda afinada
- 3. O que está quebrando o “som” da execução?
- 4. O básico bem feito é o que transforma o plano em venda
- 5. Clareza é mais rápida do que pressa
- 6. Promotor aprende com o que ele vive, não com o que a gente apresenta
- 7. Backoffice também é protagonista
- 8. Loja Perfeita nasce de pessoas alinhadas
Por Carlos Eduardo Grabois
Autor da newsletter Trade Marketing Insights e Professor da ESPM.
1. Não é o plano que gera venda e sim a execução
Se você já esteve em uma loja às 9h da manhã com gôndolas vazias, precificação faltando e promotor correndo para entender o que precisa fazer, provavelmente esse é um caso clássico onde o problema não está na estratégia, mas em como ela chega na ponta. A gente costuma achar que inovação é sempre sobre fazer algo novo. Mas, muitas vezes, inovar é voltar ao que funciona. E isso começa com o que é simples e bem executado.
2. Loja perfeita é como uma banda afinada
Gosto de pensar que o ponto de venda é como uma banda tocando ao vivo. Mas às vezes cada um está lendo uma partitura. Aí a banda toca fora do ritmo. A música fica estranha. E o shopper… troca de música.
3. O que está quebrando o “som” da execução?
Ao longo da minha jornada no Trade Marketing, notei três erros que se repetem e que silenciosamente sabotam o crescimento:
- Complexidade desnecessária. Se o briefing é exagerado, parecendo um livro, é um problema. Todo excesso atrapalha.
- Falta foco. É cruel exigir performance sem dar direção. Quando tudo é urgente, o que importa de verdade se perde. Foco é um o segredo do sucesso.
- Desconexão com a realidade do campo. Um plano feito sem conhecimento e entendimento da rotina de quem executa está fadado a virar “mais um documento que ninguém lê”. A estratégia tem que funcionar aos olhos do shopper e não no PPT para o board da empresa.
4. O básico bem feito é o que transforma o plano em venda
Não é sobre ser simples por falta de ambição. É ser simples porque a simplicidade exige domínio. E coragem. Veja os 4 elementos que sustentam essa mentalidade:
- Execução real versus Dashboard bonito. Se o plano não sai da tela do PowerPoint, ele irá perder sua importância. Loja Perfeita é o que acontece na loja e não no arquivo.
- Indicadores que orientam. Menos gráficos e mais foco. Um KPI bem explicado pode virar um mantra no campo, ao contrário de dez indicadores mal comunicados, que só vão gerar ruído.
- Ferramentas visuais e aplicáveis. Ferramentas que orientam o promotor em campo Metas bem alinhadas com a equipe e três bullets em locais estratégicos de comunicação. Simples assim e infinitamente mais eficaz.
- Foco no que realmente mexe o ponteiro. Fazer tudo não é o caminho. Fazer o essencial com excelência é.
5. Clareza é mais rápida do que pressa
Na ansiedade de “subir a informação logo”, esquecemos que uma instrução mal explicada gera retrabalho, dúvida, erro. A velocidade não pode matar a clareza. Uma mensagem bem escrita evita muitas correções depois.
6. Promotor aprende com o que ele vive, não com o que a gente apresenta
Quer ensinar execução? Mostre. Demonstre. Dê exemplos reais. Fale a língua da loja. Esteja próximo. O promotor não precisa de um tutorial de sistema. Precisa entender como fazer e principalmente por que isso importa, o ser humano precisa sentir que é parte disso.
7. Backoffice também é protagonista
Muita gente acha que quem está no backoffice “apoia o campo”, mas, na prática, são estes profissionais que a execução. É esta equipe quem define o tom da mensagem, o compromisso com o direcionamento e a governança do processo. Cada informação bem estruturada, cada checklist visual, cada mensagem pensada com empatia. Tudo isso faz uma execução melhor e isso transforma uma loja comum em uma loja perfeita.
8. Loja Perfeita nasce de pessoas alinhadas
Não se constrói uma loja perfeita apenas com processos, é crucial o entendimento de pessoas. Gente que se importa com gente. Gente que tem visão na ponta onde quem atua é gente. Gente que entrega clareza para gente.
Conclusão
“O básico bem feito é muito melhor do que o sofisticado mal-executado.”
Não é teoria. É campo, dia a dia, suor de quem faz acontecer. E você? Você que organiza, planeja, estrutura, já parou para pensar no impacto que tem no resultado da loja? Às vezes, só de deixar mais claro o que importa, você muda o jogo de quem está lá fora, executando sob pressão. Pode parecer pequeno. Mas quem está lá no PDV agradece, e o resultado aparece.
Carlos Eduardo Grabois é executivo com sólida trajetória em Trade Marketing, com mais de duas décadas de atuação em empresas nacionais e multinacionais. Ao longo da carreira, estruturou áreas, liderou grandes times e transformou estratégias em execução de excelência. Também atua como palestrante em eventos do varejo e da indústria, é idealizador da newsletter Trade Marketing Insights no LinkedIn e Professor da ESPM.