De acordo com especialistas, o último ano – assim como o penúltimo – foi um dos piores do século para o setor varejista, retraído pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que despencou de 10% em 2015 para 5% em 2017.
Sendo assim, o panorama atual no Brasil é desafiador: o PIB encolhe em ritmo histórico, os preços das commodities não subiram e a China, um dos principais parceiros comerciais do país, reduziu a demanda afetando as exportações.
Quem mais sofreu, segundo o IBGE, foram as vendas de eletrodomésticos, com queda de mais de 18% comparado com a última medição do ano anterior.
Como reflexo, as vendas no varejo recuaram, o movimento nos shoppings centers caiu e o desemprego se aproximou de 10%, mas o que poderia ser um cenário sem saída para o varejo foi, na verdade, a força impulsora de novas oportunidades.
Sem sair de casa, os brasileiros têm gastado mais no e-commerce. Já há alguns anos o Brasil tem se provado um país de peso e representatividade no comércio eletrônico.
De acordo com levantamento da E-bit, no ano de 2016, apesar da crise, o setor cresceu 7,4% em relação ao ano anterior, fechando com R$ 44 bilhões em faturamento. Em 2017 houve um desempenho ainda melhor, com aumento de 12% em relação a 2016, além do aumento de 8% no ticket médio. No e-commerce, o shopper brasileiro tem gastado mais em todos os sentidos.
De acordo com estudo da Google, até o ano de 2021 o comércio eletrônico vai dobrar sua participação no varejo brasileiro e crescer em média 12,4% ao ano.
O varejo eletrônico representa 2,8% na participação do varejo no país, segundo o instituto de pesquisa Forrester. Ou seja, ainda há muita gordura a ser queimada pelo e-commerce nacional.
O VAREJO FORA DO BRASIL
Em compensação, em se tratando de varejo tradicional, o cenário internacional não tem sido muito diferente. Na terra do Tio Sam, grandes varejistas como Macy’s e J.C Penney fecharam mais de 5 mil lojas em 2017.
Para este ano, a expectativa é que mais de 12 mil lojas encerrem suas atividades. Grandes nomes como Walgreens, Gap e Gymboree já anunciaram seus planos de fechamento de pontos de venda ainda em 2018.
Segundo a S&P Global Market Intelligence, há previsão da Sears – marca símbolo dos EUA – para declarar falência até o fim do ano.
Enquanto isso, a Amazon brilha no horizonte. A marca líder na mente de mais de 50% dos americanos que compram online soube compreender a exigência do shopper e como atender às expectativas de seu público.
Mas, de forma imprevisível, a gigante que domina o comércio eletrônico do mundo, ao lado da chinesa Alibaba, resolveu investir no varejo físico.
Daniel Zhang, CEO do Alibaba Group, afirmou à CBInsights:
“As lojas físicas desempenham um papel indispensável na jornada do consumidor e devem ser aprimoradas por meio de tecnologias baseadas em dados além de serviços personalizados”.
O comércio eletrônico representa apenas 17% do consumo total de varejo na China. Nos EUA, a participação do e-commerce no varejo é menor ainda. A ambição, então, é avançar sobre o mercado offline como um rolo compressor em vez de aguardar a migração em massa dos shoppers para o mundo integralmente online.
Este foi um dos pontos que podemos constatar em visita ao majestoso evento da POPAI, o Le Salon 2018, em Paris, na França.
UM NEGÓCIO DA CHINA
O Involves Club (na época, chamado Clube do Trade) esteve presente no Popai Le Salon 2018 MPV. Organizado a cada dois anos, reúne tudo o que é tendência global em ponto de venda, merchandising, vendas e marketing.
E foi durante o evento que pudemos conversar com Laura Phu Doc, Head of Marketing & Communication do Grupo Alibaba. Ela falou sobre ajudar os negócios locais a serem encontrados, de forma mais fácil, em qualquer lugar.
Confira o vídeo:
Por enquanto, as iniciativas do grupo estão concentradas na China, mas certamente vão inspirar o mundo inteiro a acompanhar as mudanças e modernizações.
A empresa conta com as indústrias parceiras para ajudarem a replicar as soluções.
Assista aos outros vídeos gravados durante a nossa missão na França na série “Check-in do trademkt”.
O QUE O MUNDO PODE APRENDER COM O VAREJO CHINÊS
Enquanto o varejo mundo afora enfrenta a refração, o mercado chinês sofre um fenômeno de aquecimento crescente ano após ano. A penetração de vendas online na China é uma das maiores do mundo, mas o varejo físico ainda representa mais de 80% de todas as vendas do varejo.
Como forma de integrar o universo online ao offline e proporcionar a melhor experiência possível independente do canal, a Alibaba criou o conceito NEW RETAIL. Saiba mais no vídeo a seguir:
A estratégia por trás do NEW RETAIL não consiste apenas em converter shoppers online em offline ou vice-versa, mas em criar um ecossistema que os integre de forma a serem o centro do negócio.
A lógica é não fazer o consumidor ir atrás dos produtos, mas os produtos estarem sempre disponíveis ao shopper quando ele precisar. Seria o fim da ruptura como conhecemos? É nisso que a Alibaba tem apostado suas fichas.
Mas o NEW RETAIL não é somente um conceito. É utilizar a tecnologia, dados e logística a favor do shopper. Mostrar a ele o melhor caminho a percorrer e qual produto mais combina com o seu perfil, tudo na palma de sua mão, com o aplicativo mobile. Tudo acontece via smartphone.
As principais estrelas do NEW RETAIL incluem:
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HAMA: uma espécie de supermercado inteligente pautado no BI e experiência do usuário.
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AUTO VENDING MACHINES: uma espécie de vending machine que você pode utilizar para realizar test-drives e, assim, escolher o seu futuro carro sem burocracia – principalmente evitando ir de loja em loja para isso.
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Lojas de conveniência ainda mais convenientes: são lojas bem comuns na China, que representam o pequeno varejo. São tradicionais e, normalmente, passadas de geração para geração. O ponto da virada aqui foi poder digitalizar estes comércios e fazê-los com que alcancem todo o país.
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Magic Mirror: tecnologia utilizada para testes rápidos de produtos, sem a necessidade de prová-los fisicamente.
Segundo Laura, a melhor maneira de salvar o varejo tradicional é simplesmente esquecer da tradição e partir para a inovação.
Enquanto o mundo ocidental tenta entender o omnichannel, o Grupo Alibaba apresenta boas soluções e aposta em inovar para crescer.
Aproveite para assistir ao TradeCast #39 e saiba mais sobre as estratégias do Alibaba e todas as tendências do Le Salon 2018. Confira também mais vídeos sobre tendências e peculiaridades do trade marketing em outros países na série exclusiva: Check-in do trademkt.
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